Parlamentarismo e Variantes
Estamos mais uma vez discutindo o modelo eleitoral. Vai da discussão sobre a urna eletrônica, que - diga-se - tem funcionado muito bem, até o modelo presidencialista, seus defeitos e suas vulnerabilidades.
Estamos mais uma vez discutindo o modelo eleitoral. Vai da discussão sobre a urna eletrônica, que - diga-se - tem funcionado muito bem, até o modelo presidencialista, seus defeitos e suas vulnerabilidades.
Ao admitir que sempre fez parte do Centrão nos seus anos de Congresso, o presidente Bolsonaro desnuda mais uma das muitas manobras políticas que engabelaram boa parte de seus eleitores em 2018, em busca de um salvador contra a corrupção dos hábitos políticos. Muitos outros votaram nele sabendo exatamente de quem se tratava, mas interesses pessoais de toda sorte levaram a que aderissem a uma candidatura que só poderia dar no que deu, um governo disfuncional e absolutamente sem rumo. Que tem o único objetivo de destruir o que foi construído desde a redemocratização do país, transformando-o em uma arena regressiva guiada pela incitação ao ódio.
O amor foi uma invenção dos dramaturgos gregos que acabou se tornando piloti indispensável, fundamento básico na construção da civilização ocidental. Sem sua criação, não haveria família, nem disciplina religiosa ou conceito de pátria, nada disso. Não haveria nem mesmo a mera ideia de amizade ou de simples colaboração entre seres humanos. O amor é mais uma dívida preciosa contraída pela civilização junto aos gregos de muito antigamente, o mais moderno e sempre renovável instrumento de integração social entre pessoas e bandos.
O general Mourão fez uma análise correta sobre a adesão de Bolsonaro ao centrão, avaliando que o eleitor dele pode ficar confuso com o episódio. Acontece que Bolsonaro não tem outra escolha, a não ser se entregar ao centrão. E a partir daí, corre o risco de perder parte do eleitorado. Ele joga com o risco de que o candidato adversário será Lula, que não será o escolhido pelo eleitor arrependido ou decepcionado, e nesse ponto ele tem razão.
O enredo do governo do presidente Bolsonaro parece ter sido escrito por um roteirista bêbado que, farto de ganhar a vida com trabalhos medíocres, resolveu, no meio do caminho, ter um ataque de sincericídio e reescrever a história como ela é, e não como a encomendaram.
Até que idade se pode permanecer na ativa? O certo é que não existe uma resposta precisa para essa pergunta. Veja-se o caso do escritor e pensador francês Edgard Morin. Ele está completando 100 anos e segue escrevendo, dando ao mundo o resultado de uma experiência que parece não ter fim.
Diante das manifestações do deputado Artur Lira e do ministro da Defesa, general Braga Neto, estou convencido de que houve o comentário, alguém ouviu e contou para o presidente da Câmara. Não acredito que tenha sido recado, ou ameaça do general. Provavelmente, uma bravata numa conversa informal. É claro que o comentário existiu, e nenhum dos dois desmentiu a história categoricamente. De qualquer maneira, não é bom saber que o ministro da Defesa faz esse tipo de comentário.
As coisas não mudam no Brasil e o presidente Bolsonaro continua com a pose de político sério, que não BRE margem para negociações políticas que incluam toma lá, dá cá. E chega a ser impressionante que ele continue representando para boa parte dos eleitores uma solução para o país, depois de tudo o que fez, que disse e desdisse. Acabou com o combate à corrupção e a Lava-Jato, ajudado pelo procurador Augusto Aras, que agora indicou para recondução para mais dois anos.
Aprovar qualquer mudança do sistema de governo, seja para o parlamentarismo ou o semipresidencialismo, a um ano da eleição presidencial é golpe contra os dois principais candidatos no momento segundo as pesquisas eleitorais: o ex-presidente Lula e o presidente Bolsonaro.
A mônada e a morte. Conjugá-la na primeira pessoa – no modo indicativo e no presente. Já não se podem convocar terceiros.
Diante das revelações que saem agora nos Estados Unidos, de que Trump queria acabar com a Constituição americana, com mais de duzentos anos de existência, e dar um golpe de Estado, vemos que a velha realidade do sonho de Monroe - da 'América para os americanos' e de um continente integrado - desapareceu.
O escandaloso aumento do fundo eleitoral aprovado pelo Congresso a toque de caixa é apenas uma das facetas de um golpe legislativo que está em curso para mudar também o sistema eleitoral e aprovar a maior reforma política já feita desde a redemocratização. Tudo sem o debate público necessário, a fim de que as novas regras sejam aprovadas até o começo de outubro, para que entrem em vigor já na eleição geral de 2022.
O impacto da covid-19, que se vem prolongando no tempo, é opressivo. Trouxe uma ruptura da “normalidade do normal”. Vem vitimando contínua e indiscriminadamente e impondo à nossa gente o mastigar do pão da aflição e o sorver o amargor do sofrimento. As necessárias medidas de isolamento afetaram todos os setores das atividades, com graves consequências econômicas e humanas. Impuseram significativos limites ao convívio social. Deram a força do concreto ao esquema do pensar e da expressão do clássico tópos literário do “mundo às avessas”. Este articula com a ruptura da “normalidade do normal” um estado lamentável das coisas, instigando a indignação. São as razões mais abrangentes dessa indignação com a maneira como o governo federal vem conduzindo as políticas públicas de saúde em nosso país o que norteia este artigo.
O Ministério Público está cobrando da Ancine a contratação dos projetos aprovados, há mais de dois anos, pelo Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). A agência tem 120 dias para resolver o problema que ela mesma criou colaborando, através da política de embaraço à produção, com o boicote do governo à cultura do país. Não sei se o presidente, no seu cantinho de hospital, vai tomar conhecimento dessa história. Mas, logo ou depois, vai certamente se aborrecer com o juiz que tenta, no que está a seu alcance, evitar que o Brasil caia numa Idade Média tardia, para onde Bolsonaro nos empurra com entusiasmo.
Ao meio-dia, as classes deixavam o Ieba e corríamos para a esquina da Rua Quatro, ponto estratégico para observarmos a saída das alunas do Colégio Progresso. Havia centenas de jovens, mas cada um estava ali por causa de uma. Meu interesse era Alda, sempre junto à irmã Maria Ernestina, ambas Lupo.