Como parte das comemorações dos 100 anos do romancista, contista e teatrólogo Dias Gomes, a Academia Brasileira de Letras recebeu a Camerata Dias Gomes na quarta-feira, dia 19 de outubro, às 17h30, no Teatro R. Magalhães Jr. O evento tem entrada franca e conta com o apoio do projeto Música no Museu. Selecionado pela poeta e violoncelista Denise Emmer, filha do dramaturgo que dá nome à orquestra, o programa reuniu músicas e compositores que Dias Gomes apreciava. Obras de Mozart, Villa Lobos e Vivaldi compõem o vasto repertório. Também faz parte da programação um pout pourri (peça musical que corresponde a uma mistura de várias canções), intitulada Suíte Teatral, com alguns temas marcantes das novelas do autor. O arranjo é assinado por Álvaro Carrielo. O ator Tony Ramos também marcou presença no evento. Ele leu um trecho da peça "O pagador de promessas", de Dias Gomes. O Teatro R. Magalhães Jr.
A Camerata Dias Gomes iniciou suas atividades em 2012, em decorrência dos 90 anos do dramaturgo. A homenagem foi realizada na Associação Brasileira de Imprensa com um grande público presente. Desde então, a orquestra foi convidada para diversos concertos em centros culturais do Rio de Janeiro. É composta pelos violinistas Ivan Scheinvar, Alexandre Schubert,Carol Santarosa, Marluce Ferreira, Ana Gelape e Arthur Pontes; pelos violistas Francisco Pestana, Luís Audi e Denis Rangel e as violoncelistas Emilia Valova, Denise Emmer e Gretel Paganini. Integram o grupo, o contrabaixo Fábio Silva, o pianista João Paulo Romeu e o percussionista David Ribeiro. Com uma formação camerística, a orquestra dá ênfase aos instrumentos de cordas friccionadas – violinos, violas, violoncelos e contrabaixo, incluindo piano e percussão.
Sobre Dias Gomes
Dias Gomes foi um romancista, contista e teatrólogo. Foi o sexto ocupante da Cadeira 21, eleito em 11 de abril de 1991, na sucessão de Adonias Filho e recebido pelo Acadêmico Jorge Amado em 16 de julho de 1991. Nasceu em Salvador, na Bahia, em 19 de outubro de 1922. Em 1935 a família transferiu-se para o Rio de Janeiro. Aos 15 anos escreveu sua primeira peça, A Comédia dos Moralistas, recebendo o prêmio do Serviço Nacional de Teatro e da UNE. Aos 20 anos, começou a trabalhar contratado por Procópio Ferreira que encenou Pé de cabra (a peça sofreu cortes para ser liberada pela censura), entre outras. Em seguida, Dias passou a dedicar-se ao rádio. Estima-se que tenha adaptado em torno de 500 peças teatrais entre 1944 e 1964. Em 1959, o dramaturgo escreve O Pagador de Promessas, divisor de águas em sua carreira e considerada obra-prima do teatro moderno realista. No cinema, em versão adaptada e dirigida por Anselmo Duarte, se tornou o primeiro filme brasileiro a receber uma indicação ao Oscar e o único a ganhar a Palma de Ouro no Festival de Cannes.
Durante a Ditadura Militar, e devido ao seu envolvimento com o Partido Comunista, foi demitido da Rádio Nacional. No teatro, a peça O Berço do Herói é proibida (a peça tornou-se o sucesso na forma da novela Roque Santeiro em 1985) e toda sua obra passa a sofrer marcação cerrada da censura. O contexto fez com que ele aceitasse o convite da Rede Globo, para fazer teledramaturgia. Vários sucessos de sua autoria ajudaram a escrever a história da TV. Em 1973, escreveu a primeira novela em cores da TV Brasileira, a antológica O Bem Amado. Outros grandes momentos vieram com O Espigão, em que antevia o caos urbano e a questão ecológica (1974) e Saramandaia (1976). Já na década de 1980, Dias Gomes volta a produzir mais para o teatro. Marcam a década a versão de O Bem Amado, como seriado na TV, e as novelas Roque Santeiro e Mandala. Na década de 1990, a produção do dramaturgo se voltou para a criação de minisséries.
Programa:
A. Vivaldi (1678-1741) Concerto in G major presto - adágio - allegro
W.A. Mozart (1756-1791) Divertimento in D major K. 136 allegro- andante- presto
A. Dvorák (1841-1904) Humoresque
H. Villa Lobos (1887- 1959) O trenzinho do caipira (arr. Álvaro Carriello)
Ernesto Nazareth (1863-1934) Apanhei- te cavaquinho (arr. Alexandre Schubert)
Suíte Teatral - sobre temas de novelas de Dias Gomes - (arr. Álvaro Carriello)
Violinos I Ivan Scheinvar (spalla) Alexandre Schubert Carol Santarosa
Violinos II Marluce Ferreira Ana Gelape Arthur Pontes
Violas Francisco Pestana Luís Audi Denis Rangel
Violoncelos Emilia Valova Denise Emmer Gretel Paganini
Contrabaixo Fábio Silva
Teclado João Paulo Romeu
Percussão David Ribeiro
Serviço:
Homenagem aos 100 anos de Dias Gomes Camerata Dias Gomes
Data: 19 de outubro
Horário: 17h30
Local: Teatro R. Magalhães Jr.
Endereço: Rua Presidente Wilson 203
Entrada Franca
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