Rio - O embaixador aposentado, professor e escritor Edgard Telles Ribeiro foi eleito, nesta quarta-feira (11), para a Cadeira 27 da Academia Brasileira de Letras (ABL), que pertencia ao poeta Antonio Cicero, morto em outubro. Ele foi escolhido por 28 votos de 39 possíveis, enquanto Tom Farias recebeu 6 votos.
"O fato de a ABL ter se diversificado, abrindo campos novos é fundamental para o país e para a Academia. Quem escreve contos, romances e poemas e era o caso de Antonio Cicero, é muito ligado à palavra, a contar histórias e a despertar sonhos nas pessoas. Eu fico contente de ter me candidatado e de ter sido eleito para trazer uma contribuição nessa vertente específica de contador de história que tem a ver com a literatura", celebrou Edgard.
Além dele e de Tom Farias, também se inscreverão para a disputa da vaga: Lucas Pereira da Silva, José Efigênio Eloi Moura, Eduardo Luiz Baccarin-Costa, Ruy da Penha Lôbo, João Calazans Filho, Martinho Ramalho de Melo, Alda Nilma de Miranda, Chislene de Carvalho, J. M. Monteirás e Remilson Soares Candeia.
Antes de Antonio Cicero, a Cadeira 27 foi ocupada por Maciel Monteiro, Joaquim Nabuco, Dantas Barreto, Gregório da Fonseca, Levi Carneiro, Otávio de Faria e Eduardo Portela.
Merval Pereira, presidente da ABL, afirma que Edgard é um diplomata de carreira e um grande romancista e ressalta que ele já escreveu vários livros como "O Punho e a Renda", um clássico sobre a Ditadura Militar e o envolvimento do país.
"Ele foi finalista do prêmio Jabuti com seu novo romance. Edgard foi eleito por ser um romancista, e não um diplomata, mas como diplomata também trabalhou na área cultural, inclusive com o Gilberto Gil ministro da Cultura. Então, ele tem mais essa vantagem para a Academia, a experiência com a cultura que vai nos ajudar muito", comentou Merval.
Para Ruy Castro, Edgard Telles Ribeiro é um dos grandes talentos da sua geração, autor de romances importantes como o "Olho de Rei", premiado pela ABL. "O Punho e a Renda", que foi importante para a ditadura militar e para a diplomacia, também ganhou o prêmio do PEN Clube. Edgard também escreveu o romance "O Criado mudo”, de 1991.
"Eu conheço Edgard há exatamente 57 anos, fomos colegas da revista Diners, em 1968, e ele já era um grande talento. Depois entrou para a diplomacia e só mais recentemente, de uns 15 a 20 anos para cá, voltou para a literatura. Ele está de volta ao lugar dele, que é a Academia Brasileira de Letras", comemorou Ruy Castro.
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12/12/2024