Lafayette Rodrigues Pereira, jurista e político, nasceu em Queluz, hoje Conselheiro Lafayette, MG, em 28 de março de 1834, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 29 de janeiro de 1917.
Filho de Antônio Rodrigues Pereira, Barão de Pouso Alegre, e da baronesa do mesmo título. Concluídos os estudos primários e secundários, partiu para São Paulo, matriculando-se em 1853 na Faculdade de Direito. Como está registrado no ofício do diretor da Faculdade, Lafayette era o melhor estudante da turma. Ao chegar ao 3º ano do curso, foi escolhido presidente efetivo do Grêmio Ensino Filosófico, colaborando na revista da associação.
Ao término dos estudos, em 1857, partiu para Ouro Preto, onde se dedicou à advocacia. No ano seguinte, mudou-se para a capital do Império e foi trabalhar a princípio no escritório de Teixeira de Freitas. Simultaneamente, dedicava-se ao jornalismo; fundou, com Pedro Luís e Flávio Farnese, A Atualidade, jornal em que escreveu excelentes artigos, de 1858 a 1860. Nos anos seguintes, foi redator também no Le Brésil, no Diário do Povo e, de 1870 a 1874, em A República.
Exerceu a presidência da Província do Ceará (1864-1865) e a do Maranhão (1865-1866). Regressando ao Rio, colaborou em A Opinião Liberal e no Diário do Povo.
Em 3 de dezembro de 1870 foi publicado o Manifesto republicano, redigido por Quintino Boicaúva, com a colaboração de Salvador de Mendonça. Lafayette Rodrigues Pereira aparece como um dos seus signatários. Não o assinou pessoalmente, tendo apenas comparecido à primeira reunião.
Alguns anos depois Lafayette é Ministro da Justiça do Gabinete Sinimbu. Criticada no Parlamento a sua atitude contraditória, procurou defender-se, explicando as razões pelas quais aceitou fazer parte do Ministério.
Em 1879 a escolha da Coroa recaiu sobre o nome do Ministro Lafayette para Senador, e foi nomeado em 22 de novembro do mesmo ano. Em maio de 1883, a convite do Imperador, Lafayette organizou um gabinete no qual ele era o presidente do Conselho e Ministro da Fazenda, dele fazendo parte também Afonso Pena como Ministro da Agricultura. O Gabinete Lafayette teve duração de um ano e doze dias, e foi marcado, sobretudo, por fatos da Questão Militar.
Foi, em 1885, nomeado Ministro em missão especial no Chile, para servir de árbitro nas reclamações de países europeus motivadas pela Guerra do Pacífico entre o Chile, de um lado, e o Peru e a Bolívia, do outro. Em 1889 foi de novo acreditado ministro em missão especial, de parceria com Amaral Valente e Salvador de Mendonça, para constituir a delegação do Brasil à primeira Conferência Internacional Americana. Abandonou o posto em 17 de novembro, por não aceitar a renovação dos seus poderes pelo Governo Provisório recém-proclamado, indo residir em Paris e só voltou ao Brasil com a reconstitucionalização do país. Desde então passou a se dedicar às atividades de jurisconsulto
Lafayette publicou Direitos de Familia (1869) e Direito das Cousas (1877) além de volumes de pareceres. Em 1898 publicou no Jornal do Commercio com o pseudônimo de Labieno, com o título de Vindiciae, posteriormente publicado em livro uma defesa de Machado de Assis das críticas de Silvio Romero.
Segundo ocupante da cadeira 23, foi eleito em 1º de maio de 1909, na sucessão de Machado de Assis, e tomou posse por carta, lida e registrada na ata da sessão de 3 de setembro de 1910.