O toque de Sadim
Bolsonaro tem o dom de Sadim, que, ao contrário de Midas, faz com que destrua tudo que toque.
Bolsonaro tem o dom de Sadim, que, ao contrário de Midas, faz com que destrua tudo que toque.
O mais importante do que está sendo descrito na CPI da COVID é que existiu um processo de compra de 400 milhões de doses de vacina sem um fiscal do contrato. Chama a tenção também como a burocracia dos ministérios atrapalha o andamento dos processos.
O Supremo Tribunal Federal (STF) tem se mostrado uma barreira firme contra as tentativas de grupos radicais, estimulados pela postura do presidente da República, de ir contra a democracia, mas está desmontando toda a estrutura jurídica de combate à corrupção.
O superpedido de impeachment, entregue ontem por um grupo suprapartidário de parlamentares, não terá o condão de convencer o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), mas coloca mais pressão sobre o presidente Jair Bolsonaro.
A bagunça do governo federal vai sendo revelada a cada momento. A mais recente denúncia sobre a tentativa de propina na compra de vacina é impressionante. E dessa vez, o governo foi rápido, demitiu imediatamente o servidor denunciado.
A base da estratégia político-eleitoral do presidente Jair Bolsonaro é colocar-se como único capaz de derrotar Lula e o PT nas urnas, para o bem do país, que, caso contrário, cairá nas mãos dos “comunistas”.
As provas de que houve manobras irregulares e corruptas na compra dessas vacinas estão ficando evidentes e deixam muito complicada a situação de Bolsonaro.
O Brasil sempre foi um país peculiar, de heróis improváveis, mas, da redemocratização para cá, têm se repetido situações estranhas, como a que vivemos hoje, quando heróis transformam-se em bandidos e vice-versa, com a facilidade com que os móbiles mudam de posição de acordo com os ventos.
Mais uma vez, esta semana, o Brasil proibiu a entrada de estrangeiros por via terrestre ou aquática.
O momento é favorável ao Lula e ele ganharia no primeiro turno, é o que mostra a recente pesquisa do IDEC.
‘Desovar’ é uma gíria brasileira que significa se livrar de alguma coisa que pode comprometer.
A saída do ministro Ricardo Salles, no mesmo dia da crise da Covaxin, foi uma tentativa de nublar a crise da vacina e evitar um desgaste maior do governo.
Já estava claro que o presidente Bolsonaro tinha participado da pressão para comprar a vacina da India, pois ele mesmo pediu ao primeiro ministro, Narendra Modi, para adiantar o processo.
À medida que vão crescendo os indícios de que o presidente Bolsonaro chegará muito fragilizado à eleição presidencial do ano que vem, vão se multiplicando seus atos tresloucados.
O centrão está ligado ao governo e enquanto ele se sustentar, irão sugar tudo o que podem.