Como não podia deixar de ser, o papel dos BRICS no cenário mundial foi tema recorrente em várias palestras no encontro da Academia da Latinidade que terminou na sexta-feira aqui em Beijing. Entre Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, na visão do secretário-geral da Academia, o cientista político Cândido Mendes, os poderes emergentes se diferenciam, a começar pelo fato de que existem quatro nações em desenvolvimento e a Rússia “em franca regressão”. Dentre eles, há o protagonismo de Brasil e China, a situação brasileira reforçada pela política externa “de afirmação de independência” no Oriente Médio, de avanço nas ações africanas, mas, sobretudo, segundo ele, de “descontextualização da antiga moldura latino-americana”. Para Cândido Mendes, o Brasil entra nessa globalização não hegemônica que se desenha com parceiros que seriam impensáveis há 20 anos, e nesse quadro o protagonismo de Brasil e China pode ser constatado na expansão das atividades dos dois, e na consequente competição, na África.