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Provocação
Por mais que os petistas e seus apaniguados nas redes sociais queiram transformar em grave ato terrorista a bomba caseira que atingiu a sede do Instituto Lula em São Paulo, é preciso ter cautela para caracterizá-lo dessa maneira.
Por mais que os petistas e seus apaniguados nas redes sociais queiram transformar em grave ato terrorista a bomba caseira que atingiu a sede do Instituto Lula em São Paulo, é preciso ter cautela para caracterizá-lo dessa maneira.
A advogada Beatriz Catta Preta acabou validando sua convocação pela CPI da Petrobras com as acusações que fez a seus membros. Ela agora tem a obrigação de depor, não para dizer quanto ganha ou de onde vem o dinheiro que paga seus honorários, mas para detalhar as ameaças que diz ter recebido.
A decisão da advogada Beatriz Catta Preta de fechar seu escritório de advocacia e desistir da profissão diante das ameaças que diz ter recebido depois que o empresário Julio Camargo acusou o presidente da Câmara Eduardo Cunha de ter recebido US$ 5 milhões de propina no escândalo da Petrobras é o toque dramático de uma situação escandalosa: o atual presidente de um dos poderes da República, o segundo na linha de sucessão presidencial, é acusado de coagir e ameaçar pessoas e empresas, utilizando-se de sua influência na Câmara.
A história do vice-almirante (engenheiro naval) Othon Luiz Pinheiro da Silva, presidente da Eletronuclear, preso na Operação Lava-Jato acusado de corrupção, é a história de um projeto grandioso de tentativa de domínio por parte da Marinha brasileira do ciclo nuclear.
Tudo indica que o Estado brasileiro está dominado por esquemas de corrupção que se espraiaram muito além da Petrobras, baseados no distorcido conceito de "presidencialismo de coalizão", que passou a ser a desculpa esfarrapada para a distribuição de cargos em órgãos vitais da economia brasileira, como a Eletronuclear.
Ao comentar com ironia a pressão para que deixe a presidência da Câmara dos Deputados se for denunciado pela Procuradoria-Geral da República, o deputado Eduardo Cunha deu uma boa demonstração de como os valores éticos estão em desuso na nossa política diária.
A rejeição formal do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ao diálogo com o governo neste momento, anunciada ontem pelo Facebook, foi necessária para não alimentar especulações indevidas quando o país precisa, mais do que nunca, que as posições de cada um de seus líderes políticos estejam bastante definidas para que uma saída seja encontrada, dentro da lei e longe dos conchavos.
Há um pressuposto equivocado nessa proposta de diálogo entre os ex-presidentes Lula e Fernando Henrique, o de que toda conversa é boa em uma democracia. Foi-se o tempo em que uma conversa institucional com o PT poderia significar algum avanço democrático.
O que mais se temia deve acontecer: o rebaixamento da nota de risco do Brasil, possivelmente perdendo o grau de investimento em pelo menos uma das agências internacionais mais importantes, a Standard & Poor´s.
Nunca ficou tão claro o pensamento do ministro Joaquim Levy sobre as condições de nossa economia quanto agora, quando teve que enfrentar a realidade de não ser possível realizar o superávit primário com que se comprometera.
Quando Marcelo Odebrecht, preso em Curitiba, encaminhou um bilhete a seus advogados orientando "destruir e-mail sondas", ligou-se logo a orientação a um email descoberto pela Polícia Federal em que um diretor da empreiteira falava em conseguir um “sobrepreço” num contrato de sondas petrolíferas.
Depois de todas as revelações da Operação Lava-Jato, incluindo o indiciamento do empreiteiro Marcelo Odebrecht pelos crimes de fraude a licitação, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, crime contra a ordem econômica e organização criminosa, e a condenação pelo juiz Sérgio Moro a 15 anos de prisão vários dirigentes da Camargo Corrêa, outra gigante da construção, por que seria surpreendente que o ex-presidente Lula esteja sendo investigado por suas relações com a Odebrecht, quando se sabe que a atuação do cartel de empreiteiras na Petrobras aconteceu durante todo o governo Lula, entrando pelo de Dilma adentro, e que o PT foi o grande artífice do esquema de corrupção montado para financiá-lo e seus aliados?
Em linguagem parlamentar chula, o tempo é de vaca não reconhecer bezerra, tal a confusão em Brasília.
A presidente Dilma ontem saiu da sua soberba para admitir que, para não cair, as pessoas precisam de ajuda, sempre.
A confusão é tamanha entre os petistas e seus aliados que eles deram agora para comemorar crises internacionais como se elas confirmassem o que a presidente Dilma mais gosta de dizer, que os problemas brasileiros são causados pela má situação econômica e financeira do mundo.